Alfredo Andersen

Biografia
Alfredo Andersen (Christiansand, Noruega 1860 – Curitiba PR 1935)
Pintor, escultor, decorador, cenógrafo, desenhista, professor.

Alfredo Emílio Andersen iniciou sua formação artística em Oslo, onde estuda com Wilhelm Krogh, conhecido cenógrafo, pintor e decorador, entre 1874 e 1878. No começo da década de 1880, freqüenta a Academia Real de Belas Artes de Copenhague, onde recebe orientação do retratista Carl A. Andersen. Leciona desenho, entre 1881 e 1883, na Escola para Rapazes em Vesterbron Asyl. Em 1891, o artista empreende viagem pela América do Sul, e passa pela costa brasileira. Retorna à Noruega, e, em 1893, realiza uma segunda viagem ao Brasil. Reside por cerca de dez anos em Paranaguá, Paraná. Transfere-se em 1902 para Curitiba, onde cria uma escola particular de desenho e pintura. Leciona também desenho na Escola Alemã e no Colégio Paranaense. Em 1909, assume a direção das aulas noturnas da Escola de Belas Artes e Industriais, em Curitiba. Após seu falecimento, a escola de arte, que funcionara em sua casa, é transformada em museu, abrigando grande parte da sua produção. Andersen destaca-se no cenário artístico paranaense por sua obra, que inclui retratos, paisagens e cenas de gênero, e, sobretudo, por sua relevante atividade didática, que lhe valeu a designação de “pai da pintura paranaense”.

Comentário Crítico
Ao chegar ao Brasil em 1893, Alfredo Andersen fixa-se inicialmente em Paranaguá, Paraná, onde permanece por cerca de dez anos. Realiza telas e desenhos que têm como tema as paisagens do porto e da estrada de ferro, além da representação de tipos populares.

Passa a residir em Curitiba, por volta de 1902, onde ministra aulas de desenho e pintura em seu ateliê e leciona em algumas instituições locais. Como aponta a estudiosa Adalice Araújo, sua obra é caracterizada por três temáticas principais: o retrato, a paisagem e as cenas de gênero. No retrato, explora em geral os efeitos de claro-escuro. Já nas paisagens, sua paleta torna-se gradualmente mais leve e próxima do impressionismo, apresentando uma maior liberdade formal.

Nas paisagens que faz nas décadas de 1920 e 1930, representa os campos e, principalmente, as araucárias, características da vegetação local, integrando o espaço por meio de uma luminosidade dourada. Em Sete Quedas (1904) apresenta, em um quadro de grandes dimensões, uma visão lírica da natureza, em que se destacam o movimento luminoso da água e a amplidão do espaço, povoado por grandes rochas.

Alfred Andersen é responsável pela formação de novas gerações de artistas no Paraná, a exemplo de Lange, de Morretes (1892 – 1954), Gustavo Kopp (1891 – 1933) e Theodoro de Bona (1904 – 1990).

Críticas
“Além de sua importância didática, que lhe valeu o título de ´Pai da Pintura Paranaense´, grande foi o valor de Alfredo Andersen como artista plástico. Três grandes linhas temáticas caracterizam a obra de Alfredo Andersen como pintor: o retrato, a paisagem e as cenas de gênero. No retrato, Alfredo Andersen explora, em geral, os efeitos do claro-escuro, característica, aliás, comum entre os pintores nórdicos. (…) Nas paisagens e cenas de gênero, as composições iniciais, que tendiam aos pastéis e cinzas, são substituídas – em contato com a luz dos trópicos – por uma paleta mais leve, mais próxima do impressionismo. Proximidade esta que se caracteriza, porém, mais pela fatura e pela sensação visual de captação do fugitivo perante a natureza do que pelas cores e toques soltos propriamente ditos. A luz, delimitando a forma sem destruí-la, aproxima-o dos realistas, parcialmente ligados ao impressionismo, como Manet ou Degas. Mais importante, porém, que a tentativa de encaixar Alfredo Andersen nesta ou naquela corrente é procurar compreendê-lo como um dos mais emotivos intérpretes da gente e da paisagem paranaense em inícios do nosso século. É nas cenas de gênero que vamos encontrar as mais espontâneas criações de Alfredo Andersen. Sem qualquer preocupação de agradar o possível consumidor, as emoções puras que brotam dos gestos e cenas do cotidiano constituem para o artista perene fonte de inspiração. Nas paisagens, observa-se um processo idêntico ao das cenas de gênero. A liberdade da mensagem aumenta à medida que Andersen integra-se ao novo meio”.
Adalice Araújo
ANDERSEN. Rio de Janeiro: MNBA, 1984.

Exposições Individuais
1884 – Oslo (Noruega) – Primeira individual
1887 – Copenhagen (Dinamarca) – Invididual
1889 – Oslo (Noruega) – Individual
1891 – Oslo (Noruega) – Individual
1902 – Curitiba PR – Individual, na Associação Curitibana dos Empregados do Comércio
1908 – Rio de Janeiro RJ – Individual
1918 – Rio de Janeiro RJ – Individual, na Galeria Jorge
1920 – Curitiba PR – Individual, na Associação Comercial
1921 – São Paulo SP – Individual, na Casa Editora O Livro
1923 – Curitiba PR – Individual, na Associação Comercial do Paraná
1926 – Curitiba PR – Individual, no Selecto Club
1927 – Curitiba PR – Individual, no Palácio Garcez
1928 – Christiansand (Noruega) – Individual
1930 – Curitiba PR – Individual, no Palácio Garcez

Exposições Coletivas
1889 – Oslo (Noruega) – Coletiva
1891 – Oslo (Noruega) – Coletiva
1903 – Curitiba PR – Exposição do Cinquentenário do Estado
1905 – Curitiba PR – Exposição com seus alunos, no Museu Paranaense
1907 – Curitiba PR – Expõe com seus alunos
1912 – São Paulo SP – Segunda Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1914 – Curitiba PR – Expõe com seus alunos na Escola de Belas Artes e Indústria
1916 – Rio de Janeiro RJ – 23ª Exposição Geral de Belas Artes – menção honrosa de 1º grau
1917 – Curitiba PR – Exposição com alunos, na Associação Comercial do Paraná
1919 – Curitiba PR – 1ª Exposição Estadual Andersen e Discípulos
1932 – Curitiba PR – 1º Salão Paranaense da Sociedade de Artistas do Paraná
1933 – Rio de Janeiro RJ – 40ª Exposição Geral de Belas Artes
1934 – Curitiba PR – 3º Salão Paranaense
1935 – Rio de Janeiro RJ – 4º Salão do Núcleo Bernardelli, na sede do grupo no porão da Enba

Exposições Póstumas
1935 – Curitiba PR – Retrospectiva
1941 – Curitiba PR – Exposição da Sociedade de Amigos de Alfredo Andersen, no Edifício Garcez
1944 – Rio de Janeiro RJ – 1ª Exposição Coletiva de Artistas Paranaenses, na Associação dos Empregados do Comércio
1951 – Curitiba PR – 4º Salão de Belas Artes do Club Concórdia
1960 – Curitiba PR – 17º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1975 – Curitiba PR – Panorama das Artes no Paraná – Dos Precursores à Escola de Andersen
1980 – Curitiba PR – Alfredo Andersen Exposição Retrospectiva – 120 Anos de Nascimento do Mestre 1860-1980, no Museu Alfredo Andersen
1980 – São Paulo – Exposição, no Masp
1980 – São Paulo SP – A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1981 – São Paulo SP – Retrospectiva, na Pinacoteca do Estado
1982 – Curitiba PR – Alfredo Andersen e sua época, no Museu Alfredo Andersen
1982 – Rio de Janeiro RJ – 150 Anos de Pintura de Marinha na História da Arte Brasileira, no MNBA
1983 – Curitiba PR – Semana em Homenagem à Andersen, no Museu Alfredo Andersen
1984 – Curitiba PR – Semana em Homenagem à Andersen, no Museu Alfredo Andersen
1984 – Rio de Janeiro RJ – Retrospectiva, no MNBA
1984 – São Paulo SP – Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 – Curitiba PR – Semana em Homenagem à Andersen, no Museu Alfredo Andersen
1985 – São Paulo SP – 100 Obras Itaú, no Masp
1986 – Curitiba PR – Tradição/Contradição, no MAC/PR
1986 – São Paulo SP – Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1987 – Curitiba PR – Semana em Homenagem à Andersen, no Museu Alfredo Andersen
1989 – Curitiba PR – O Auto-Retrato na Pintura Paranaense, no Museu de Arte do Paraná
1989 – Curitiba PR – Semana em Homenagem à Andersen, no Museu Alfredo Andersen
1989 – São Paulo SP – Pintura Brasil Século XIX: obras do acervo Banco Itaú, na Itaugaleria
1991 – Curitiba PR – Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte
1994 – São Paulo SP – Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 – Campinas SP – Da Marinha à Natureza Morta
2000 – Lisboa (Portugal) – Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2004 – Curitiba PR – A Paisagem Paranaense e seus Pintores, na Casa Andrade Muricy
2004 – São Paulo SP – Retrato de Mulher, no Museu Alfredo Andersen

Fonte: Itaú Cultural

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